Como a árvore presa na calçada
Com suas raízes enterradas
Lutando contra as pedras e o cimento
Buscando o lugar de direito
Que lhe foi tirado "sem rodeio"
Asfalto e edifícios, fogos de artifício
Novelas, cenas loucas, da favela ao precipício
Tudo conspira para o claustro
Um momento em nosso encalço
Sufoco meus sonhos
Presos no coração
Endurecido pelo tempo
Em meio à solidão
De crer-me um só
De estar sozinho
De sentimentos
De desatino
Nada é o que parece
Tudo nos entristece
Busco fora o que falta dentro
Busco dentro não querendo encontrar
Como dizer sem falar?
Como pensar sem sorrir?
Como amar sem medir?
Como andar sem partir?
Como comer sem respirar?
Na verdade a verdade é sentir sem hesitar
É buscar sem julgar
É no peito habitar
A razão de calar
E no momento em que o ar
Propicia voar...
Saltar!